domingo, fevereiro 25, 2007

iCinema: ROCKY BALBOA

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Ontem, quando fui assistir à este filme, ao sair do cinema, encontro um amigo na fila para assistir Babel. Ao encontrá-lo, ele me pergunta:


- E aí cara, foi assistir qual?
- Rocky...
- Rocky é? E me diz uma coisa, ainda é com o Stallone?
- É sim cara, e te digo mais, o cara tá bem e o filme é bom.

Acredito que muita gente possa ter pensado a mesma coisa: "Stallone? Ainda existe?" Bom, essa questão com certeza foi pano de fundo para a filmagem de "Rocky Balboa" ou Rock VI, como queiram.

Como sou de uma geração em que
Schwarzenegger e Stallone dominavam a cena, é natural que ao saber que seria filmado mais um filme sobre o garanhão italiano, eu com certeza fosse querer conferir de perto. E assim foi.

Já no inicio do filme você percebe uma semelhança assutadora com Rocky, de 1976 [onde Stallone ganhou seu 1º e único Oscar]. Muito drama, referências à ex-mulher [Adrian] morta por câncer, Paulie [seu ex-cunhado que faz parte do filme novamente], o bairro pobre, a mesma casa e os mesmos problemas. É impossível não sentir nostalgia durante a 1ª metade do filme, que foca mesmo o drama.

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Mas é nessa 1ª metade que o filme mostra a sua razão de ser. A luta final [embora emocionante e muito bem filmada] não é a parte principal do filme, que se concentra quase que por completo em 'lições de moral', que nada mais são do que referências à vida real do ator: "A vida não é nenhum arco-íris e ela vai te bater sempre. O segredo todo é revidar e continuar a lutar. Vence quem se mantém em pé por mais tempo lutando" ou "Você nunca terá uma vida até que acredite em você mesmo" ou ainda "O tipo de respeito mais importante que você pode conquistar é o auto-respeito", entre outras, são frases que permeiam grande parte da película.

O próprio ator assumiu, em entrevista, que caso a sua carreira estivesse bem, não voltaria aos ringues, ou seja, não tornaria a filmar outro filme do personagem Rocky Balboa. Mas, ele recorreu a esse artifício e, cá entre nós, fez com muita dignidade. O filme é ótimo para quem gosta da franquia e até, para quem nunca assistiu à um filme da série. Ao final da exibição, pode-se resumí-lo em algumas palavras: SUPERAÇÃO, VOCÊ PODE, LUTE ATÉ O FIM PELO QUE VOCÊ QUER. Não poderíamos deixar de falar do filho de Balboa, que foi muito bem dirigido. Em certa cena, em uma discussão com o pai, há um embate entre Experiência e Juventude. Adivinhe o resultado?

Passado todo o drama da 1ª parte, chega enfim, o momento da luta. Apesar de velho, com artrite e problema nos joelhos, Balboa enfrenta todo o treinamento [cheio de si e apoiado por todos, incluindo seu filho que, de início, repudiava a atitude do pai] e consegue não vencer a luta [já que o adversário ganha por pontos] mas recuperar a sua dignidade e provar para si mesmo que pode sim se superar.

Interessante foi que, pela 1ª vez, o adversário de Balboa, Dixon, é uma espécie de rapper. Ele possui toda aquela estética do universo rapper [cultura essencialmente americana deste novo início século], incluindo as roupas largas e chamativas, o carrão e o jeitão 'marrento'. Logicamernte, tudo isso se faz necessário, uma vez que os valores deste século são outros daqueles dos anos 70, 80 e início dos 90.

Que venha RAMBO IV :]

Curiosidades: Ao adentrar o cinema, pressenti que a sessão seria uma porcaria. Atrás de mim, aquela 'galerinha' de 15, 16 anos, fazia a maior 'zona'. Um pouco mais a frente, um zé mané, logo ao começar o filme, solta um arroto monstruoso a ponto de ninguém achar graça. Mas, para minha surpresa, não bastaram mais que 10 minutos de filme para que todo mundo se calasse e assistisse até o final [incluindo torcida para Balboa na luta final]. Encerrado o filme, olhei para traz e vi aquele mesmo pessoal dando golpes no ar e comentando: "Filme maneiro heim"?

Rocky Balboa
EUA, 2006 - 102 min
Drama

Direção: Sylvester Stallone
Roteiro: Sylvester Stallone
Elenco: Sylvester Stallone, Burt Young, Milo Ventimiglia, Tony Burton, James Francis Kelly III, Antonio Tarver, Geraldine Hughes