quarta-feira, dezembro 19, 2007

O Fim dos Estúdios de Hollywood?

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Ok, o título do post é um tanto apocalíptico. Mas não consegui encontrar outro para descrever de forma tão direta o assunto que irei dar continuidade. Dando seqüência ao post anterior e, respondendo a pergunta lançada no título do mesmo, penso que Hollywood talvez não tenha aprendido a lição deixada pelo Napster.

Nem bem comentei sobre a probabilidade de os roteiristas encontrarem um meio para se desvincular dos estúdios - já que a greve ainda não foi encerrada e ambas as partes continuam insatisfeitas - já começam a surgir novidades acerca do assunto.

O José Murilo, do EcoDigital, me passou um link de uma matéria publicada pelo Los Angeles Times, por coincidência, no mesmo dia do meu post, que trata das "novas investidas" de roteiristas de cinema. Parece que, enquanto a greve segue, vários deles estão se reunindo com investidores afim de viabilizar projetos na Internet.

O objetivo? Atingir diretamente o consumidor final, sem o intermédio dos grandes estúdios!
Soa grandioso certo? Até pode ser, mas não passa de um movimento natural, que já vem ocorrendo em vários setores da indústria do entretenimento, devido às facilidades proporcionadas pela nova Web.

Dentre os investidores que estão apostando nas idéias de alguns roteiristas, estão a Accel e a Dagres' Spark Venture Capital. Essas empresas vêm conversando com os roteiristas deste o início da greve, que teve início há 7 semanas atrás.

Na realidade já havia movimentação em torno de iniciativas desse tipo, mas a greve só vem acelerando as coisas. Segundo a matéria do LA Times, alguns roteiristas revelaram que, se a greve tivesse durado cerca de 1 semana, teriam voltado ao trabalho normalmente. Como a greve continua, alguns continuam aproveitando o "tempo livre" para aperfeiçoar esses projetos.

Algumas possibilidades que poderiam surgir:

1. Os roteiristas poderiam investir em uma ferramenta semelhante ao Youtube. Associados a produtoras independentes, lançariam seus filmes e os venderiam através do portal. Para os consumidores, seria como pagar para assistir à um filme no cinema. Conseguindo se desvincular dos estúdios, poderiam permitir, além o domínio total das obras por tempo indeterminado, outras iniciativas que hoje não são possíveis graças ao domínio dos Estúdios.

2. Criação de um portal onde os usuários poderiam sugerir finais diferentes para um filme. Os melhores "finais alternativos", escolhidos pelos próprios usuários, seriam filmados, gerando alguma renda para quem os criou.

Alguns pontos que favorecem a criação de tais modelos:

1. Haveria a possibilidade de realizar filmes para nichos com maior freqüência, uma vez que seria muito mais fácil atingir os mais variados nichos através da Web, tornando a produção desses conteúdos rentável graças a onipresença da Cauda Longa na Web. A indústria independente, finalmente brigaria lado a lado com os novos blockbusters, pelo menos no que se refere a distribuição.

2. Dentre os usuários de banda larga, a proporção dos que assistem à vídeos pelo menos 1 vez por semana, aumentou de 45% [percentagem obtida há 1 ano atrás] para 61%, segundo estudos da firma de pesquisa de marketing Horowitz Associates Inc., cujo relatório foi publicado esse mês.

E o capitalismo segue "em reforma"...

Ps.: A revista Rolling Stone desse mês, traz uma matéria sobre o desempenho, cada vez mais fraco, das bilheterias de cinema em todo o mundo.