segunda-feira, setembro 24, 2007

Como será o Mundo Digital em 2020? - Parte V - Videogames

Depois de todo o texto que perdi ontem, estou de volta, para encerrar a série "Como será o Mundo Digital no ano de 2020", com a 5ª parte, onde vou falar sobre os VIDEOGAMES.

Como serão os VIDEOGAMES no ano de 2020?
De todos os temas que escolhi para tentar imaginar no ano de 2020, games e videogames talvez seja o mais fácil, por um simples fato: essa indústria evolui num ciclo médio de 5, 6 anos. Não que não haja evolução nesse intervalo, mas os novos videogames, dotados de novas tecnologias, só causam impacto quando são lançados, o que costuma acontecer dentro desse período.

Tivemos em 2000, nos EUA, o lançamento do fenômeno Playstation 2. Teoricamente, o console teve seu ciclo de vida encerrado no ano de 2006 (concluindo aí os seus 6 anos de vida). Porém, na prática, ainda há lançamento de alguns títulos, mesmo que não tão relevantes como aqueles que eram lançados enquanto o console estava em alta.

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É, já foi assim...

Dessa maneira, desde que o mundo não sofra uma grande crise (vamos ver como nos sairemos desta que está querendo emergir) e que os players atuais continuem na briga (leia-se Sony, Nintendo e Microsoft - esta última, ao meu ver, com menos chances até lá) este ciclo de 5, 6 anos deve perdurar. Teoricamente, o Playstation 3 teria seu ciclo de vida encerrado em 2012. Não seria errado imaginar que, em 2020, o Playstation 4 já estaria "respirando com a ajuda de aparelhos", aguardando a introdução do próximo console da Sony (Playstation 5?)

Nintendo Wii: a ponta do Iceberg
É notável o sucesso da guinada estratégica da Nintendo. Acredito muito que, ao invés de brigar pela evolução gráfica dos games, através de processadores cada vez mais robustos, as empresas irão competir pela capacidade de inovar no fator JOGABILIDADE. A EXPERIÊNCIA será o principal diferencial. Estamos, desde o final da década de 70, jogando games da mesma forma. As evoluções gráficas e a capacidade dessas empresas em criar roteiros envolventes para seus games (muitas vezes até competindo com produções de Hollywood), são inquestionáveis. O ponto que estou querendo discutir aqui, não é esse.

Creio que a próxima geração de consoles terá, não apenas o Wii como representante nessa categoria. Acredito que os "outros 2" também implantarão sistemas sofisticados, porém, simples para os usuários operarem, que irão fazer com que os games ganhem muito mais em interação. Quando falo que o Wii é apenas a ponta do iceberg, me refiro ao fato de que ele apenas mostrou para as pessoas (e por que não ao mercado?) que um console que não é focado em sofisticação gráfica, como seus concorrentes, pode "vencer" baseado em algo muito mais simples: a capacidade de entreter o jogador, de fazer com que ele se sinta realmente lá, dentro do jogo, seja lutando, correndo, atirando, jogando tênis.

A Sony e o Projeto HOME: o iceberg se estende...
A Sony planeja, até o final desse ano, o lançamento da HOME - seu grande projeto baseado em Second Life, porém exclusivo para usuários de Playstation 3. Falei aqui sobre o projeto HOME. Vamos imaginar que, já no Playstation 4, a Sony transforme completamente a forma de jogar. A comunidade virtual HOME seria um projeto muito bem sucedido, onde os usuários iriam interagir entre si fazendo uso não apenas de chats - ferramenta que faz mover o Second Life - mas disponibilizando ferramentas de interação como um sensor de movimentos, webcam (conceito já bastante difundido nos games atualmente) e um nível de interação com outros usuários jamais visto.

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... e poderá ser assim!

Sabe-se que o projeto HOME inclui cinemas, shopping centers e vários outros locais para entreter usuários, além, é claro, de locais para simplesmente, jogar. Agora imagine-se em um Shopping, dentro da HOME. Você poderia convidar alguém para assistir à um filme e interagir com ela através de áudio e outras possibilidades que ainda não consigo imaginar. Os avatares, que hoje são mania, seriam substituídos pela imagem REAL das pessoas na tela. Ok, continuaria havendo os anônimos, afinal de contas, muita gente prefere não revelar a sua identidade.

Matrix e os Games
Todos ficaram maravilhados com a demonstração de possibilidades de jogatina apresentadas no filme Matrix, em 1999. É muito provável que realmente grande parte do que foi mostrado venha a acontecer. Mas como estamos falando de 2020, acho cedo demais. Tudo bem que a tecnologia está evoluindo cada vez mais rápido, mas com toda essa correria, várias "questões básicas" estão sendo deixadas para trás.

Não seria loucura imaginar que, muito em breve, um GRANDE CAOS poderá acontecer na rede. O Direito não consegue acompanhar as inovações. Não há leis regularizadas. Ok, a Internet não pode funcionar engessada. Concordo. Mas estamos em cima da linha que separa o antigo do novo. Imaginamos que já vivemos o novo. Mas isso não é verdade. Nossos modelos industriais e trabalhistas AINDA pertencem ao século passado, todos nós sabemos disso.

De qualquer forma, até 2050, espero estar vivo para poder presenciar e experimentar a indústria do entretenimento eletrônico que está por vir. Vou querer resgatar este texto até lá =D

Resumindo, estas são algumas das características que imagino para um console do ano de 2020:
- Compra de games SOMENTE através da WEB;
- Acesso à comunidades de jogadores de todo o mundo;
- Acesso à opiniões de outros leitores com relação a títulos recém-lançados;
- Eletrodoméstico PRINCIPAL no que diz respeito a combinação AUDIO-VIDEO;
- Compartilhamento de jogos feitos pelos próprios usuários (crowdsourcing);
- Experiência REAL de jogo: você poderá sentir até o vento em uma pista de corrida;
- Lançamento de serviços para redes baseadas em consoles. Seria uma Internet Paralela.

E você, o que acrescentaria nesta lista? Comente!

Leia também:
Parte I: A TV e a Internet no ano de 2020
Parte II: Os Mp3 Players no ano de 2020
Parte III: O Cinema no ano de 2020
Parte IV: A Música no ano de 2020