segunda-feira, setembro 03, 2007

Mais informação em menos tempo!

Revista da Semana! Gostei desse nome. Ele tem potencial. Acontece em bancas pequenas, quando o cliente já conhece o "jornaleiro": "Ei amigo, chegou a revista da semana?"

A tal revista da semana, neste caso, nada mais é do que a Época, Isto É, Carta Capital, VEJA ou qualquer outra publicação semanal. São as famosas Revistas da Semana.

Aproveitando o gancho, como você já deve ter percebido nas bancas, a Editora Abril colocou no mercado uma revista semanal bastante acessível por módicos R$ 4,90. O anúncio na TV, em horário nobre, foi muito bem executado, passando a mensagem de forma simples, objetiva e bem humorada.

Confesso que não li a publicação por completo. Ao tomar conhecimento do lançamento, fui até a banca mais próxima para apenas folheá-la. Imaginei que fosse algo no estilo NewsWeek, com menos matérias que uma VEJA da vida, por exemplo. Ao folhear a publicação, me surpreendi com o tamanho dos textos: extremamente curtos e objetivos.


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Revista da Semana: Mais informação em menos tempo!

Em um página, por exemplo, há 3, 4 tipos de matérias diferentes. É tudo muito objetivo, muito resumido. Não pude avaliar se as "notas" são ou não bem escritas, mas acredito que sejam, afinal, passar bom conteúdo em espaço limitadíssimo, sem comprometer a mensagem, é tarefa para jornalistas competentes.

Gostei do slogan que anda circulando nos banners de sites de notícias: "Mais informação em menos tempo!". Não acho que a publicação venha a ser uma concorrente para a revista VEJA, da mesma editora, uma vez que a Revista da Semana vem a focar num público que se condena por não ter tempo de ler! É possível que a estratégia de atingir esse público tenha resultado.

A revista até tenta correr atrás da Internet. Tenta passar o maior número de informações possíveis, em pouco tempo. Tudo isso já é reflexo das mudanças dos padrões editoriais em todo o mundo. Ao contrário da VEJA, a Revista da Semana pode ser lida no próprio site, na íntegra. Parece que as editoras estão percebendo que não adianta mais lutar contra a Web. É uma batalha perdida. O que fazer? Brigar de igual para igual.

Por algum tempo ainda, haverá espaço para as duas mídias. Hoje, por exemplo, passei pelo site do Blue Bus e li a seguinte manchete: "Portugal ganhará o seu 6º diário gratuito até o final do ano". Mais adiante: "Acordo do Google por notícias, pode afetar os sites dos jornais e de TV's". Como assim? É que o Google, ao invés de apenas fornecer links para outros sites de notícia, agora publica em sua página notícias de diversas agências, como a France Presse e a Canadian Press.

Os tempos mudam. Mas será que iremos nos acostumar a ter cada vez mais informações em mesmo tempo? E a profundidade das coisas? Tudo tenderá a ser mais superficial? Eu acho que sim, pelo menos para a maioria. O Twitter é mestre na afirmação dessa tese. Felizmente, sempre haverá aqueles que irão buscar mais profundidade.

Credito boa parte dessa parcela aos blogueiros que, a medida que o tempo passa, evoluem cada vez mais, emitindo opiniões, contestando outras e gerando conteúdo de verdade, ao invés de simplesmente replicar notas de portais de notícias. Estadão, não somos MACACOS, definitivamente!